sexta-feira, dezembro 09, 2005
Gregor Samsa
Gregor Samsa é, além do mais, a parábola à solidão. Transcende a simples metáfora, porque é história contada como mito (ou como um facto real o que, para o exacto efeito, é o mesmo).
A transformação física marca o corte, quebra abissal irreversível de Samsa com a humanidade. Contudo, poder-se-á especular que tal foi apenas a formalização ou materialização de uma situação já existente. Gregor Samsa já estava irremediavelmente só, apenas não o sabia. Assim, a mudança não teria sido radical; pelo contrário: apenas lhe (e nos) revelou a sua verdadeira situação; como se a sua essência lhe entrasse na carne.
A forma tão bizarra que lhe foi imposta, essa sim, é simbólica, pois na estranheza da a demarcação absoluta entre o seu «eu» e o «eu» dos outros - totalitário afastamento sem remição - é, talvez, o que melhor caracteriza a solidão inelutável de existir.
JM. / 6:43 da tarde

Nome: João Pereira de Matos
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